Montag, 18. August 2008

One for the friends



I must apologise to the ones who don't speak portuguese but somehow ended here... I know that at least one person tried read whatever I wrote, but found the language barrier...
Well, therefore I post my best regards to our dear friend Dale, also very known on the Camino as Mr. Canada, who can be seen on the above photo. As a matter of fact, you can see his fully loaded backpack and a orange sleeve, but it's him, I' sure. I still don't know why, but in the many occasions we met on the Way, I didn't took one decent photo of him...
We met Mr. Canada right on the beginning, on Roncesvalles, on the Pilgrim's dinner at one of the pensions at this location. This dinner, by the way, was a tip from our very good friend as well, Jennifer, who shall be greeted properly on a future post.
At the time Dale was with a friend of him, who accompanied him through some stages, if I remember well.
And as the Camino teaches - and it does - you are bond to find your friends over and over again, in different locations, and just when you don't expect to see that frindly face no more.
Unfortunately enough, we didn't meet each other exactly at Santiago, although Dale arrived one day after us. Maybe it is a sign that we should do the Way all over again, just to meet each other at the end of the Way...
To finish, a decent picture of Mr. Canada, taken at Pamplona, next to the Bulls.




Saludos,
Henrique e Maike

E cá estão as fotos

Prontinho, todas as fotos do início até Santiago estão devidamente nos seus lugares, aqui no link à direita. Todos os 45 dias. Há ainda as fotos de Finisterre e Muxia, além de Portugal e sul da Espanha, que serao carregadas oportunamente. E, aos poucos, retorno aos relatos dia-a-dia do Camino.

Abracos

Sonntag, 10. August 2008

Bicigrina

Já que estou aqui escrevendo, vale registrar uma nova amizade, surgida graças ao curso de espanhol que comecei a participar. Conheci a Samara lá no curso intensivo de julho, e numa das conversas de intervalo, ela disse que iria passear pela Irlanda de bicicleta durante suas férias. Eu comecei então a contar as maravilhas do Camino, todas as experiências e tudo o mais, e ela passou a considerar fazer parte da peregrinação de bicicleta, depois de passar pela Irlanda. Depois de um tempo, ela deixou de lado a Irlanda e decidiu fazer todo o Camino. Fico feliz pela decisão dela e também por ter influenciado um pouquinho (acho). E pela animação dela, tenho certeza que ela vai curtir muito. Já tenho até um pouquinho de inveja...
E como dizem que o Caminho começa quando se decide trilhá-lo, já é possível dizer que ela é uma peregrina, ou melhor, uma bicigrina, já que ela vai sobre duas rodas...

Abraços.

Tirando o pó

Vou dedicar mais tempo a este espaço. Pelo menos é o que tenho pensado nos últimos dias. Fazer é mais difícil. Estou ainda ocupado estudando para a futura prova do Exame de Ordem, cujo edital finalmente foi publicado, e na procura de uma nova morada.
Sempre tento arranjar um tempo pra pelo menos colocar as fotos da viagem na internet, e nesse ponto, falta pouco, basta clicar no link do picasa ao lado. Está até mais organizado, com datas e localizações corretas. Tento organizar sempre por trechos, mas nem sempre consigo, para não ficar com um álbum com poucas fotos.
Enfim, preciso escrever mais. É gostoso até. E nesse caso, mantenho essa excelente experiência viva na memória.

Abraços.

Sonntag, 29. Juni 2008

Abraço

Estou um pouco nostálgico, devo confessar. Ontem à noite, encontrei-me com as queridas amigas Mari, Mari & Helô (e matei a saudade), que me perguntaram bastante sobre o Camino, e com isso, é difícil tirá-lo da cabeça. Depois, em casa, vi o e-mail da Neli, gaúcha que conhecemos, junto com a Loiva, também gaúcha, durante o Camino.
E tentei rememorar o nosso encontro. Conhecemo-nos em Viana, se nao me engano, dividimos albergue ainda em Navarrete e depois em Azofra. Depois disso não nos vimos mais, mas sempre procurei os nomes delas nos livros de peregrinos durante o Camino, pois elas tinham, infelizmente, que caminhar contra o relógio.
Vi agora, depois de uma reclamação das Maris que a forma de comentar no blog é difícil, que a Neli havia deixado um comentário. Agradeço o comentário e o email, que receberá uma resposta em breve (primeiro preciso ver a final da Eurocopa, torcendo devidamente a favor da Espanha), e mando recuerdos e abraços pra duas amigas:



Abraços e Viva Espana!

Sonntag, 22. Juni 2008

16o Dia - Atapuerca - Burgos

Sem nenhuma dúvida, a etapa concorre seriamente em uma das mais difíceis, pelo menos assim o foi para nós.
Em primeiro lugar, muitos falaram que a Serra de Atapuerca era demasiada difícil, mas foi "apenas" mais uma serra; pelo menos era interessante, pois por ali que estavam as covas dos mais antigos ossos humanos já encontrados. Passamos por mais um grupo de ovelhas pastando calmamente e um campo com pedras (abundantes neste trecho) dispostas em forma de redemoinho, o que estimulava os peregrinos mais alegres a caminhar sobre as pedras antes de continuar o a trilha. Vai entender.
No auge da serra, uma bela vista de Burgos, com as agulhas da catedral já à vista. Isso faz pensar que a cidade está logo ali, mais um engano.
Ao fim da serra, deve-se escolher entre dois caminhos para entrar em Burgos, ou através de Villafria ou Castanares. Já nas etapas anteriores os peregrinos comentam muito que a chegada em Burgos é feia pois se caminha pela área urbana, ou seja, estradas e ruas. E o peregrino "tradicional" deve ter ojeriza a asfalto; hoje, depois de tudo, penso que quem tinha esse papo estava na verdade justificando o fato de pegar um ônibus assim que pudesse para "escapar" do asfalto e da caminhada monótona e entre carros e indústrias. E olha que muita gente fazia isso...
Enfim, no final das contas nao fizemos nem uma coisa nem outra. Segui o conselho do meu guia e seguimos em direcao a Castanares. Percorremos um longo e duro trecho ao lado do novo e deserto aeroporto de Burgos, na mais cruel lama que encontramos. Deve ter sido uns 5km pela via que os caminhoes usam para as obras do entorno do aeroporto, até chegar em Castanares. Nesse ponto, o guia aconselha a atravessar a estrada que cruza a cidade e segue até Burgos, abandonando o trecho para os peregrinos que corre paralelo à estrada, e seguir pelo parque ao sul de Burgos, junto ao rio Arlazón. Assim o fizemos, e, no mapa do guia, parece curto. Mas levamos muito tempo até chegar na cidade, apesar de ouvir os sinos da catedral.
Entao, uma vez em frente da catedral, cansadíssimos, com frio e agora debaixo de chuva, procurávamos o albergue. Se o guia acertou no caminho até Burgos - evitamos a área urbana e caminhamos por um belo parque -, errou sobre o albergue, pois falava que havia um novo, ao lado da catedral. Andamos pra lá e pra cá, e nada de albergue. Seguimos para o "antigo", só para descobrir que ficava quase dois quilômetros da catedral, no meio de outro parque. Chegamos lá quebrados - a esta altura eu já estava com tendinite nas duas pernas - um pouco antes das 18hs, o que é perigoso, pois normalmente a essa hora os albergues já estao completos. Mas este era grande - quase 100 camas - e conseguimos camas. Mas é um péssimo albergue, sem água quente, sem cobertor e sem calefacao. E nao nos deixaram ficar mais um dia, mesmo com dores e diversas bolhas. Ficamos mais um dia em Burgos, mas tivemos que achar uma pensao, pois simplesmente nao há mais nenhum albergue - nem considero o albergue do convento, pois só tinha 18 camas, insuficiente para a quantidade de peregrinos que passam por Burgos.
Burgos tem uma catedral incrível, completamente reformada, dois mosteiros interessantes - Cartuja de Miraflores e de las Huelgas - ruínas de um castelo, igrejas e muralhas, e séculos de história e de hospitalidade a peregrinos, mas o fato é que fomos muito mal recebidos na cidade e nao achamos infra-estrutura decente para os peregrinos. Só espero que depois da inauguracao do novo albergue a coisa melhore.


Segue nosso caminho alternativo, evitando a área urbana de Burgos:

Exibir mapa ampliado

Samstag, 21. Juni 2008

Romance de Don Gaiferos

O seguinte quadro está na Oficina de Peregrinos em Santiago, onde recebe-se a Compostelana:



Segue o trecho (completo) do Romance de Don Gaiferos, uma cantiga popular galega:

I onde vai aquil romeiro, meu romeiro a donde irá,

camiño de Compostela, non sei se alí chegará.

Os pés leva cheos de sangue, xa non pode máis andar,

malpocado, probe vello, non sei se alí chegará.

Ten longas e brancas barbas, ollos de doce mirar,

ollos gazos leonados, verdes como a auga do mar.

-I onde ides meu romeiro, onde queredes chegar?

Camiño de Compostela donde teño o meu fogar.

-Compostela é miña terra, deixeina sete anos hai,

relucinte en sete soles, brilante como un altar.

-Cóllase a min meu velliño, vamos xuntos camiñar,

eu son trobeiro das trobas da Virxe de Bonaval.

-I eu chámome don Gaiferos, Gaiferos de Mormaltán,

se agora non teño forzas, meu Santiago mas dará.

Chegaron a Compostela, foron á Catedral,

Ai, desta maneira falou Gaiferos de Mormaltán:

-Gracias meu señor Santiago, aos vosos pés me tes xa,

si queres tirarme a vida, pódesma señor tirar,

porque morrerei contento nesta santa Catedral.

E o vello das brancas barbas caíu tendido no chan,

Pechou os seus ollos verdes, verdes como a auga do mar.

O bispo que esto oíu, alí o mandou enterrar

E así morreu señores, Gaiferos de Mormaltán.

Iste é un dos moito miragres que Santiago Apóstol fai.



Freitag, 20. Juni 2008

O difícil retorno

Desde segunda-feira estamos de volta, mas ainda a vida não está nos eixos. Como acabou de dizer uma amiga minha, ninguém fica fora tanto tempo impunemente. Eu esqueci minhas senhas de cartão, não sei onde ficaram vários papéis, cancelaram minha conta de celular etc. Pensava que seria rápido voltar à rotina paulistana, mas não está tão fácil assim.
Mas é preciso enfrentar esses pequenos obstáculos e seguir o caminho, certo? Preciso imaginar que a conversa com uma irritante atendente da TIM é apenas mais uma chuva durante a caminhada e seguir em frente, sem ficar irritado.

O meu projeto de ter blogado todos os dias do caminho ainda segue, assim como colocar todas as fotos online. Mas como a organização
leva tempo, será tudo aos poucos.

Abraços.

Mittwoch, 28. Mai 2008

15o Dia - Villafranca Montes de Oca - Atapuerca

Depois do susto da neve, mas com uma boa noite de sono, acordamos cedo, devidamente encapados pra enfrentar o tempo, e seguimos em frente. De cara, já uma boa subida, mas sem chuva. Até chegar em San Juan de Ortega foi difícil, sem pueblos e no meio de pinhos. Teve uma descida e subida bem íngremes, mas curtas, nas pedras, e depois um longo caminho ao lado novamente de pinhos, até o mosteiro de San Juan, cujo refúgio está em reforma depois da morte do Padre de lá, um dos mais famosos incentivadores do Caminho e autor da famosa sopa de alho. Como eu sabia da informaçao, nem cogitei ficar lá. Outros alemaes ficaram revoltados pela "falta de informaçao"... Seguimos, mais cedo do que normalmente, para Agés e Atapuerca, onde ficaríamos. Mas logo depois de San Juan, surgiu, novamente, chuva forte com vento, de repente, do nada. Eu olhava incrédulo para as vacas que continuavam pastando tranquilas. Chegamos em Agés, uns 3km depois de San Juan, com sol. Era daqueles dias. Quando chegamos no final do pueblo, chuva de novo. Esperamos. Sol, continuamos, já que até dava pra ver Atapuerca. Mas nao teve jeito, logo depois fomos pegos de novo pela chuva. Porém, chegamos inteiros, e pela primeira, última e única vez, fomos os primeiros no albergue. E ainda tivemos um excelente jantar de peregrino, num restaurante mega chique, num pueblo de uns 200 habitantes, cuja nota relevante é o sítio arqueológico de um dos mais antigos ossos humanos já encontrados.
O dia seguinte, para Burgos, foi um dos mais puxados.

abraços

Na terrinha

Estamos na terrinha, ó pá. Depois de um dia dedicado a lavar roupa e conhecer as caves de vinho do porto, amanha iremos pra Braga. E assim, dia a dia, vamos construindo o itinerário...

Abraços

Sonntag, 25. Mai 2008

Donnerstag, 22. Mai 2008

Campus Stellae

Estamos no nosso terceiro dia aqui, amanha vamos para Finisterre e depois Múxia, locais com ligaçoes jacobeas. Depois, ainda nao sei o que faremos. Quanto às atualizaçoes, peço desculpas, mas na Galícia nao houve nenhum momento que podia entrar na internet, e mesmo aqui em Santiago foi dificil achar um internet café. Tem gente que nem sabe que existe isso aqui.
Como tenho agora outras coisas mais interessantes pra fazer, farei atualizaçoes ainda mais lentamente, mas antes de voltar quero colocar já tudo no blog.

Abraços.

Enfim, na Catedral

Dizem que cada um recebe a entrada que merece. Nosso dia final foi o primeiro de sol e céu azul em dez dias.

Sem mais comentários.

Abraços.

A caminho da meta

Tranquilos, saímos por volta da 9hs do dia 20 de maio, nosso 45o dia caminhando. Mais inconscientemente do que outra coisa, tudo dóia. Pés, joelhos, ombros. A mochila mais pesada do que nunca, os últimos 4km sao rápidos mas longos e confusos. A entrada triunfal na cidade nao é tao triunfal assim, a área urbana, carros, caminhoes e o barulho tiram um pouco a mágica da entrada. Nao há mais flechas dentro do casco velho da cidade, e ironicamente, nao se vê mais as agulhas da Catedral, de tao estreitas que sao as ruas. O Camiño segue intuitivo, entre os habitantes. De repente, chega a Catedral, no susto. Descemos para a Plaza do Obradoiro, â frente da Catedral.

A Meta alcançada, em 4 fotos

Dia 19 de maio, alcançamos o Monte do Gozo, lendário cume de onde se avista pela primeira vez as agulhas da Catedral. Faltavam 4 kms.

Montag, 5. Mai 2008

Fotos

Estamos em Astorga, mais uma cidade episcopal, com uma catedral um tanto quanto diferente, pelas diferentes fases em que passou sua construçao. Para chegar aqui, subimos uma leve serra, para matar a saudade, tanto das subidas, quanto da lama. Mas foi bom, porque é melhor do que o asfalto e barulho da cidade grande. E já um treino pros dias que seguem, em direçao à Galícia, e à montanha de O Cebreiro.

Carreguei algumas fotos, mas parei antes de Burgos, pois sao muitas, e tenho apenas mais 2 horas de Astorga, antes do toque de recolher do albergue. Amanha, Rabanal del Camino, a 23km.

E fica uma bela foto da saída de León.

Samstag, 3. Mai 2008

14o Dia - Viloria de Rioja - Villafranca Montes de Oca

O tempo nao tava pra brinquedo nao. De manha, ainda um pouco de sol, mas de tarde começava o pega-pega entre sol e chuva, e o vento no meio. Iríamos para Villafranca, pois logo depois começaria uma subida forte, entao resolvemos parar lá para descansar antes do esforço.
Com muitos pueblos no caminho, nao seria complicado. Chegamos em Belorado, tomamos nosso cafe con leche e seguimos. Passamos por Tosantos, com uma ermita no alto de um rochedo, numa cova.
Depois por Villambistia e Espinosa del Camino, com mais um cafe con leche. Até entao, só chuviscos, suficiente pra molhar tudo e enlamear todo o trajeto. Mas chegamos inteiros em Villafranca.
O interessante do dia seria a neve (!!!) que caiu no fim de tarde. Neve! Na primavera. E logo depois sol, depois chuva, com um pouco de sol. Tempo louco, bem louco. Mas nada que nos impediria de continuar.

Abraços.

13o Dia - Sto. Domingo - Viloria de Rioja

Estamos a quase um mês caminhando e ainda estou no 13o dia, que vergonha...

Enfim, saímos de Santo Domingo com o intuito de andar 23km até Belorado. Já antes de cruzar o rio Oja (que dá nome à regiao, La Rioja), vimos a chuva no horizonte e colocamos nossas capas de mochila e nossas enormes capas de chuva. Mas chegamos a Grañón secos. Pedimos nossos tradicionais cafe con leche grandes, no bar Cuatro Cantoñes, ouvindo música espanhola nos anos 60. Até aí tudo bem. A saída de Grañón era uma descida, em direçao a mais um campo de trigo. Já de cara, um vento bem forte, de gelar osso. Seguimos. O vento vinha de todo o lado, e minha capa parecia uma bandeira ao vento. Aliás, me sentia o próprio Batman (a capa é azul escura) no topo de um prédio. E segue caminho, e segue vento. Subida, e chegamos na fronteira entre La Rioja e Castilla y León. Um enorme monolito de informaçoes balançava, e a esta altura, nao conseguia fica parado, pois o vento empurrava, e nem o cajado ajudava. Já xingava o vento. Pra que... Lá de cima, avistávamos Redecilla del Camino, primeiro pueblo de Castilla. E na descida, pingos de chuva. A capa de chuva já estava rasgando, tamanha a ventania. E nao ia adiantar se chovesse. E choveu. Assim que chegamos no pueblo, caiu um toró, mas entramos a tempo na Oficina de Turismo. Conversamos com a moça, comprei mais um cajado pra mim, comemos um pouco, e assim como começou, acabou rapidamente a chuva. Chuva de primavera. Ensaiamos continuar, afinal brilhava o sol, mas de novo, tome chuva. Esperamos. Sol. Chuva. Sol, chuva. parecia brincadeira. Nao, continuemos. Só 2 km pro próximo pueblo. Saímos, no sol, apressadamente, e chegamos em Castidelgado já na chuva. Ficamos num estábulo com um casal de franceses e duas alemas, com quem encontaríamos sempre. 5 minutos, e dá-lhe sol. Saímos, e nem 5 minutos chuva. Decidimos ir adiante, já estávamos molhados mesmo, e até Viloria era mais 2km. E eu que xinguei o vento. Até Viloria, era pelo acostamento de uma estrada local. E no meio do caminho, nao bastasse vento de empurrar, chuva na cara, começa granizo. E desta vez, nao passou rápido, nos acompanhou até Viloria.
Sabíamos que tinha um refúgio lá, organizado por um brasileiro e sua mulher italiana. Tinha que mandar lembranças pra eles mesmo. Mas estava fechado. Achamos uma garagem, pra descansar e esperar as 14h, talvez abrisse, pensamos. E nada. Chegam as alemas, ensopadas. Eu, nervoso. Tenho a idéia de ligar pro número que em no guia. Nada, número inexistente. Tento no outro. Nada, ninguém atende. E dá-lhe chuva. Um pouco de discussao, e eu continuava ligando, até que Orietta atendeu. Estava no banho, e abriu a porta. Acácio, o brasileiro, foi pro Brasil no dia anterior. Mas pudemos ficar lá, e assim foi o melhor. O refúgio é lindo, Orietta um amor - nos acolheu muito bem em meio à reforma da casa. Ainda conhecemos o único cavaleiro do Caminho, Jacier, basco. Contou-nos diversos causos do caminho durante o jantar, conversamos bastante com Orietta e dormimos bem. De manha, ainda conhecemos o cavalo do basco, e vimos ele partir pelo Caminho, até nao mais ver. E acompanhamos seus passos gravados no barro até León.
Enfim, passamos por um aperto danado, mas o resto do dia compensou. Assim é o Caminho. Quando você menos espera e mais precisa, algo de bom acontece.

Abraços.

Homenagens



Explico fácil a foto acima. Minha irmä ligou ontem de noite, ainda quando estávamos em León. Entre outras coisas, disse que meu excelentíssimo tio estava acompanhando este humilde e desatualizado blog, o que me deixou extremamente feliz. E hoje de manha, depois de alguns quilómetros caminhados de León, no pueblo de Virgen del Camino, caminho diretamente ao outdoor na foto. Em seguida, era propaganda em todo o lugar. Enfim, para mim, um sinal para mandar um abraço ao querido tio Tuco, à sua família, e por quê nao, à Botucatu.
E ainda, posso aproveitar o simpático tucano para mandar um abraço a uma grande amiga de alma tucana, que se silenciou nos últimos tempos. Beijos.

E abraços.

Villar de Mazarife - a barreira dos 500km

Estamos em Villar de Mazarife, puebloo pequeño, mas com 3 albergues e neste, do Jesus, internet. Afinal, só Jesus salva.
Boa notícia, estamos bem, muito bem. Um dia em León foi bom demais, o tempo dá dando um tempo, e estamos descansados. E ainda quebramos a barreira dos 500 km, que será comemorada com uma sidra asturiana El Gaitero, original, nao a argentina que vende em SP.
Má notícia, a temporada começou, muita gente no caminho, maos-leves inclusos. Talvez o pior seja a quantidade de alemaes que tem por aqui, por causa de um livro sobre o Caminho, feito por um comediante. O mesmo efeito que teve Paulo Coelho com os brasileiros 20 anos atrás. (obs.: entretanto, fizemos excelentes amizades com alemaes, mas a quantidade que tem de alemao, tem muito idiota e folgado também).

Dienstag, 29. April 2008

12o Dia - Azofra - Santo Domingo de la Calzada

Depois de uma boa noite de sono, fomos tranquilamente para uma cidade de grande tradiçao jacobea, Santo Domingo de la Calzada, cujo popular slogan é "a cidade onde a galinha cantou depois de assada". Explico: reza a lenda que uma família de peregrino alemaes (pelo jeito os alemaes sempre foram maioria no caminho, até na Idade Média) parou numa hospedaria da cidade. A filha do hospedeiro se apaixonou pelo filho do casal, porém este nao quis saber de nada. Furiosa, a garota prometeu vingança (mulheres...), pegou um objeto de prata do casa e escondeu nas coisas do rapaz, e depois o denunciou. O rapaz foi preso, e condenado à forca. Sem mais nada a fazer ou recorrer, o casal resolveu seguir para Compostela, rezando pelo filho. Foram, e na volta (acredito que na Idade Média o povo ia e voltava a pé mesmo... :)) acabaram sabendo (ou tiveram uma visao, já nao sei ao certo) que o filho nao morreu, porque Santiago o teria segurado na forca. Foram entao falar com o prefeito da cidade, que estava a cear. Contada a informaçao, o prefeito disse que o filho deles estaria tao vivo quanto a galinha que estava a comer. Nisso, canta a galinha.
A cidade realmente é bem legal, o albergue parroquial muito bom, mas a catedral infelizmente estava em obras e nao podemos ver o galinheiro que fica dentro. Porém, os galos e galinhas de fina estirpe que ficam dentro da igreja sao cuidados no jardim do albergue e lá estavam, cacarejando o dia inteiro.
O dia seguinte reservava aventuras. A seguir.

abraços.

Sobre El Burgo Ranero

Antes de fazer qualquer outra coisa, preciso escrever sobre este pueblo, um tanto que curioso. Tem 310 habitantes, e nao 265, como disse antes. A igreja é mais um exemplo de arquitetura mudejár - ainda nao sei bem o que é isso - e o albergue é simpático e com paredes de barro e palha, bem típico da regiao. Tem 3 albergues, um municipal e 2 particulares, 1 hostal, 1 restaurante e um mercado aberto o dia inteiro até as 21h, coisa rara. Tudo isso me faz desconfiar de lavagem de dinheiro, porque até agora nao vi tanta coisa junta num pueblo deste tamanho, até em maiores.
Mas nao é esse o ponto. Tem um aviso no albergue que a igreja fica aberta até as 18h30. Oba, pensei, vai ser a primeira igreja do tipo que visito. O aviso continua: há também o charco da räs para visitar, para ouvir o concerto de coachar (?). E de graça. Hein? Bem, fui comprar o vinho, depois fui ver a igreja, que obviamente estava fechada, e na volta, me deparo com uma lagoa, bem no meio do pueblo, mais para um pântano na verdade, e realmente um concerto de coachares - as räs nao se dá pra ver, infelizmente.
E descubro entao, que o nome do pueblo tem a ver com as räs - Rañero, das räs...

Hallo

Hallo Leute,

estamos agora em El Burgo Ranero, 265 habitantes. O sol nos deixou de vez, mas ainda nao pegamos chuva. Nao fosse o vento brabo, o trajeto de hoje seria bem tranquilo. Ontem foi mais tranquilo, pois havia vários pueblos pra tomar um bom cafe con leche. Hoje só passamos por um, e foi dificil achar um bar no lugarejo. Amanha será pior, é um trajeto de 13km sem nada, até o próximo pueblo, e mais uns 6km pra Mansilla de las Mulas, última parada antes de León.
O micro deste albergue é bom, e nao tem muita gente aqui - talvez pela falta de calefaçao. Entao, sairei para conhecer a cidade - deve demorar muuuuito - e comprar a jantar de hoje, e principalmente o vinho.

Hasta luego.

Sonntag, 27. April 2008

11o Dia - Navarrete - Azofra

Félix, um hospitaleiro muito figura em Navarrete, falou que o albergue de Azofra era muito bom. Acreditei e fomos em direçao à Nájera, outra cidade que é final de etapa, e que passamos reto, mas merecia mais atencao. Boa parte da cidade fica embaixo de um grande barranco de pedras. Logo atrás da cidade, um boa subida, mas já estamos acostumados...
Depois disso, chegar em Azofra foi sossegado, só mais 6 km. O pueblo é minúsculo, com duas ruas, mas o albergue, realmente, muito bom, novo em folha, com 60 camas em quartos duplos. Mais uma boa noite. E um bom vinho da regiao, um clarete, algo que nao conhecia. E boa comida, que duas brasileiras do sul fizeram. Ficamos com elas em tres albergues, mas depois de Santo Domingo, nao mais as vimos. Acho que estao já a 3 dias na nossa frente. Bom Caminho pra elas.

Agora, vou jantar.

10o Dia - Viana - Navarrete

Continuamos nossa jornada, Viana foi uma cidade bem interessante, tivemos um almoço de peregrino bem cheio, e já viramos uma garrafa de vinho... o albergue era bom, grande, num prédio bem antigo, ao lado de ruínas de uma igreja. Só que tinha muita gente no quarto, consequencias já conhecidas. As beliches eram triplas, pra se ter uma idéia. Lá reencontramos Jennifer, uma australiana, com quem andaríamos ainda várias etapas.
Saímos em direçao para Navarrete, passando por Logrono, uma cidade grande até, que merece mais tempo de visita. Lá procuramos os correios, e atravessamos a cidade para isso, e finalmente mandamos pra Santiago 2 kg de coisas que nao precisávamos. O guia em alemao, um livro, camisetas, shorts etc. A partir daí realmente fiquei mais leve. A saída de Logrono foi agradável, porque é através de um parque, mas Navarrete, que deveria estar a 12km de Logrono, parecia que estava bem mais longe. Estava à vista, mas nao chegava nunca. Mas chegou, enfim, e também se mostrou uma cidade agradável. Bom albergue, um sótao só pra nós - já nao tinha mais camas baixas, entao fomos direto pra cima. Uma boa noite de sono.

Equador

Estamos em Calzadilla de la Cueza, a 1 km do Equador do Caminho, ou seja, a metade. Alguns já dizem que a metade passou em Carrión de los Condes, mas ainda nao tive tempo de verificar a informaçao. De qualquer maneira, estamos perto da metade. Tenho 20 minutos para atualizar, vamos lá.

Freitag, 18. April 2008

Pequena atualizacao

Estamos bem, depois de uma tempestade de vento e chuva. Iríamos até Belorado hoje, mas ficamos em Viloria de Rioja, num refúgio de um brasileiro, Acácio, que foi pro Brasil ontem. Sua mulher, Orietta, italiana, nos acomodou e é extremamente simpática. O tempo está louco, faz sol, vento e chuva, nao necessariamente nessa ordem. Andamos hoje só 15km, e vamos de novo dividir as próximas 2 etapas em três, até chegar em Burgos.
Já andamos mais de 200km... Mais algumas fotos no link ao lado.

Abracos a todos.

9o Dia - Los Arcos - Viana

Como as próximas duas etapas seriam de, no total, 60km, e já estávamos cansados, resolvemos dividir em três, e partimos para Viana, a 18,8km. Klaus, o hospitaleiro alemao, disse que com o mau tempo, nao deveriamos passar pelo trecho do Caminho, e sim seguir pela carretera, e já que o alemao mandou, assim fizemos. Logo, pelo menos metade do trecho fizemos pela carretera. Fomos até Sansol na lama, um barro grudento. Em Sansol, pegamos a carretera e fomos até Torres del Rio, andamos pela cidade, e pegamos a carretera de novo ao final. Acho que o trecho pela carretera é maior, e foi um tanto cansativo. Um pouco antes de Viana, voltamos ao caminho. Também uma cidade interessante, e um bom albergue, apesar de muita gente num só quarto - as beliches eram triplas. Encontramos um senhor alemao, que está há dez meses fazendo o caminho de Santiago - ele vai e volta, e fez todos os diferentes caminhos. Mais um personagem.

8o Dia - Estella - Los Arcos

Um dia de 22 km, mas bem tranquilo. Saímos cedo de Estella, acordados pelo povo. Tomamos café no albergue, e seguimos para Irache, onde tem a famosa fonte que emana vinho, gracas a uma bodega da regiao. Mas um pouco antes de chegarmos lá - pouco mesmo, estávamos descendo a ladeira que terminava na fonte - um batalhao de espanhóis nos atropelou, todos devidamente equipados com pequenas mochilas e agasalhos adidas, criancas, velhos, mulheres, com lencinhos de peregrinos. Saíram de um ônibus para fazer a caminhada e acabaram com o tal vinho da fonte. Ficamos com a água mesmo. O monastério de Irache pelo menos era bonito.
Seguimos em frente, muitas subidas entre árvores, até chegar em Azqueta. A ladeira de acesso à cidade é cruel, e um senhor estava lá em cima, vendo todos os peregrinos passarem. Era o famoso Pablito, que entrega cajados aos peregrinos. Reconheci-o, o cumprimentei, falei que era conhecido no Brasil e soltou um belo sorriso de alguns dentes. Ofereceu-me um cajado, e aceitei. A partir de entao, minha mae anda com os dois bastoes - o que a deixou ligeirinha - e eu com o cajado de avela.
Seguimos em frente depois de mais um cafe con leche - estamos viciados - e depois de um longo e solitário trecho de 12km chegamos em Los Arcos, um pouco antes da chuva, e ficamos num albergue austríaco, de hospitaleiro alemao, o Herr Klaus, muito simpático e falante. Karen, a hospitaleira, também muito simpática. Belo albergue. E a partir daí comecei a ter dores na canela...

Mittwoch, 16. April 2008

7o Dia - Obanos - Estella

Mais um dia de 26km pela frente, saímos mais uma vez cedo de Obanos, cidade muito acolhedora e com um clima medieval, o que se vê muito pelo Caminho, mas em Obanos sente-se muito mais.

O dia foi na verdade tranquilo, mas muito longo. Passamos por vários pueblos, um interessante mas nao muito simpático, Cirauqui, que fica todo num morro. Lorca é interessante, com um albergue-bar de irlandeses. Bom cafe con leche, que ainda nos deu forcas para seguir. Passamos por Villatuerta, e Estella provou ser mais uma cidade que deveria estar logo atrás da curva, mas nunca estava. Chegamos, passamos pela ruínas da Igreja do Santo Sepulcro - que por alguma razao esqueci de fotografar - e de uma enorme igreja no alto de um morro. Despencamos no albergue e ali ficamos, saí apenas para comprar pao e vinho, e na ceia acabar com a comida que ainda carregava. A noite para mim foi ruim, pois o quarto tinha muitas camas, e muitos roncadores, que fizeram um concerto.

5o e 6o Dias - Pamplona - Eunate - Obanos

Como ficamos um dia inteiro em Pamplona, entra também na contagem. Descansamos bastante, fizemos amizade com o casal alemao de hospitaleiros e ainda participamos de um Kaffe und Kuchen com estudantes espanhóis de alemao.
Saímos cedo de Pamplona, em direcao ao Alto do Perdón. Até lá foi um caminho no perímetro urbano de Pamplona, e a subida do Alto foi bem cruél, na lama e no barranco, com o vento frio contra. Levamos cerca de duas horas só pra subir. A descida foi bem mais tranquila e chegamos em Uterga bem rápido. Um cafe con leche no albergue de lá foi o suficiente pra dar energia até a Ermita de Eunate, um desvio de 4km do Caminho. Suspeita-se que a Ermita foi construída no século XI pelos templários, e é octagonal, com janelas mouriscas. Muito bonita. Nosso destino entao seria Puente La Reina, mas estavamos muito cansados e ficamos em Obanos, o que se mostrou correto, pois ficamos num bom albergue com apenas mais 4 pessoas. A quilometragem do dia foi de 26km, recorde.

Samstag, 12. April 2008

Rápida atualizacao

Tenho que aproveitar ainda os cinco minutos, digo quatro, no micro do albergue de Estella...
Depois de um dia descansando em Pamplona, andamos bastante. Fomos para Obanos, passando por Eunate, somente para visitar uma Ermita templária, do século XI. Interessante, no mínimo. Pena que nao foi possível passar a noite lá. Hoje saímos de Obanos e viemos para Estella, e nesses dois dias caminhamos mais de 50 km. E estamos inteiros. Amanha continua para Los Arcos, mas "só" 21 km. Domingo, precisamos descansar...

Abracos

Donnerstag, 10. April 2008

Fotos

Nao sei se vou conseguir carregar todas as fotos, mas já tem algumas pra matar a curiosidade no link do Picasa ao lado.

Abracos

4o Dia - Zubiri - Pamplona

Parece mais tempo que estamos andando, e nao 4 dias. Nem se passaram 100 km...
Dessa vez, levamos ambos nossas mochilas. Discretamente, carreguei minha mochila com mais coisas, porque minha mae nao quer que eu carregue demais...
Acordamos com o barulho da chuva, e por causa disso enrolamos um pouco para sair. Nisso, todos já tinham partido. 8h45 estávamos na ponte romana que retoma o Caminho. E assim fomos, mas já sem chuva, porém na lama.
O dia nao deveria ser muito pesado, apenas 21 km. Em Larrasoana paramos para o desajuno, mas nao tinha vivalma lá, apenas obras. Fomos adiante, e o dia seria de caminhos entre floresta e trechos, perigosos, na rodovia. Desta vez, paramos três vezes para descansar e tirar as botas. Já tenho duas bolhas, muito por causa das descidas.
Pamplona teimava em nao chegar, mas o tempo era bom. A 15km já estávamos bem cansados, paramos um pouco, comemos o bocadillo de jamón e subimos mais uma vez, com uma lama já mais endurecida.
Chegamos em Trinidad de Arre, a 4 km de Pamplona. Minha mae estava bem cansada, e eu queria ficar em Trinidad, onde tem um monastério com Albergue. Mas ela quis continuar, e após um café, ela nao parecia mais cansada. Esses últimos 4km pareceram menos e logo chegamos na Casa Padeborn, albergue conduzido por um casal alemao. Logo, estamos em casa.
Ficaremos o dia ainda aqui, descansando. Pamplona é uma bela cidade.

3o Dia - Roncesvalles - Zubiri

De novo despachamos a mochila da minha mae, já que ela ainda nao tinha confianca de caminhar com ela. Eu fui com a mochila completa.
Saímos na chuva, que perduraria a manha toda. Até Burguete, a 3 km, foram apenas 40 min. Lá tomamos um café e logo seguimos em frente. De novo, um bom trecho entre ovelhas e cavalos, mas o tempo feio de doer. Passamos por pueblos, e de repente comecou de novo a lama, esta que nos acompanharia até o fim do dia.
Ao meio dia chegamos num vilarejo, Biskarrete, e paramos um pouco, para descansar e comer. Seguimos em frente, pois uma subida nos aguardava, o alto de Erro. E que subida. E que lama. Mas pelo menos nao chovia mais e a vista também era bonita, no meio da floresta. A descida foi complicada, na lama, e íamos sempre bem devagar. Nada de pressa, nada de riscos.
Chegamos tarde em Zubiri, muito por causa da lama. Mas ainda conseguimos lugar no albergue municipal, muito bom por sinal.

2o Dia - Orisson - Roncesvalles

Portanto, saímos leves de Orisson, cedo, e fomos seguindo as flechas amarelas. Um par de km ainda pelos campos das ovelhas, até aparecer, sob neblina, morros brancos de neve... só de olhar deu um frio danado. Nevou de noite. Mas fomos em frente, sempre tranquilo, sem nenhuma subida louca como o dia anterior.
Chegamos, sempre na neblina, na primeira passagem entre os picos (depois atualizo os nomes), e lá em cima, o sol nos aguardava. A partir daí foi lindo. Muitas paisagens de picos nevados, pinheiros, campos, céu azul. Passamos pela fonte de Roldán e pela fronteira. A partir daí, porém comecou a lama. E era num caminho estreito, com o desfiladeiro do lado. Isso foi um tanto assustador, mas andamos bem devagar e nao levamos nenhum susto. Enquanto isso outros peregrinos passavam correndo, e até de bicicleta, sem nem olhar para a paisagem.
Chegamos na outra passagem, de Lepoeder, ainda com sol, e pegamos o caminho asfaltado para Roncesvalles. Quando chegamos ao fim, por volta das 15h, comecou a chover.
Dessa vez ficamos no albergue da Juventude e nao no público, e foi bem tranquilo. A noite foi boa e estávamos orgulhosos de ter atravessado as montanhas - mas com certeza esse segundo trecho nao é tao dificil quanto o primeiro.

1o Dia - Saint Jean Pied de Port - Orisson

Sexta-feira passada saímos de Madrid às 10h da manha e chegamos, de trem, em Saint Jean Pied de Port, às 19h45, aos pés dos Pirineus. Fomos bem recebidos no escritório de Peregrinos e ainda recebemos lugar no albergue municipal. A hospitaleira, uma senhora basca estressada mas simpática, se você conversar com ela. A noite foi num quarto com outras 4 pessoas, e minha mae pode perceber como seria mais pra frente: todo mundo se trocando no meio do quarto, sem nenhuma preocupacao... Depois de muitos roncos, acordamos e resolvemos ficar um dia na cidadezinha, muito simpática por sinal. Eu estava bem ansioso pra comecar.
Fomos entao para o albergue privado Le Chemin vers L'Etoile, uma casa grande e antiga, e o hospitaleiro muito simpático, o Jean Pierre. Lá lavamos a roupa acumulada e ficamos mais tranquilos pro dia seguinte.
Acordamos, tomamos nosso café da manha, e partimos. Com mochila e tudo. O objetivo era Roncesvalles, do outro lado dos Pirineus, mas havia a possibilidade de parar em Orisson, e tínhamos até reservado quarto. Orisson é apenas um albergue privado, com uma bela vista dos vales das montanhas. Fica a 792 metros de altura e a 7,55 km de Saint Jean. A subida foi terrível, muito íngreme, muitas vezes pelo pasto das ovelhas - encontramos duas vezes as ditas cujas andando pelo caminho. Mas chegamos no Albergue, cansadíssimo, mas vivos, e decidimos, claro, ficar lá o dia. O que provou ser certo, pois nao estamos acostumados com isso. Teve um ótimo jantar depois, boas conversas com franceses, uma australiana e um alemao (que saiu de Berlin e atravessou a Europa inteira a pé).
Acordamos, tivemos rapidamente o café e partimos. Mas sem as mochilas, que despachamos, depois de uma longa conversa com minha mae.

Pamplona

Estamos em Pamplona, chegamos ontem por volta das 17hs. Vamos ficar o dia aqui ainda, para descansar um pouco. E vou aproveitar agora, enquanto carrego as fotos, para atualizar um pouco.

Dienstag, 8. April 2008

Sobrevivemos

Estou com tres minutos no micro do albergue de Zubiri, portanto, serei rápido. Estamos bem, sobrevivemos aos Pirineus, hoje chegamos em Zubiri, depois de muito sobe-e-desce no meio da lama. Amanha, se der certo, estaremos em Pamplona, e devo ter mais acesso à internet.

Abracos

Donnerstag, 3. April 2008

Segundo dia

Uma boa noite de sono pra andar o dia inteiro a pé. No segundo dia na capital, acordamos cedo, levamos um banho de água fria (literalmente), e batemos pé até o estádio Santiago Bernabéu, ao norte da cidade. Nao sei quantos quilometros, mas foram razoáveis. Depois, voltamos ao centro e fomos ao Museu Reina Sofia, de arte moderna. Tem atualmente uma enorme exposicao de Picasso, em quatro alas, quatro diferentes épocas, muitas obras vindo do Museu Picasso em Paris.
Chegamos tarde em casa (no albergue), bem cansados.
Hoje, vamos direto ao Museu do Prado, e depois veremos o Palácio Real. Ainda preciso comprar a passagem para Saint Jean, o que farei entre os dois passeios de hoje.

Dienstag, 1. April 2008

Madrid

Depois de um vôo cansativo, muito pela alta temperatura (!) dentro do aviao e da quantidade de criancas correndo e chorando, chegamos no aeroporto de Barajas. Estavamos preocupados com o controle dos espanhóis com os brasileiros, ainda mais porque no consulado espanhol em SP um sujeito fez terrorismo conosco. Nem líquido algum levamos. Mas nada do que passou nos jornais procedeu, e passamos pela policia sò mostrando o passaporte e dinheiro, que o policial nem olhou direito.
Pegamos o metrô, e depois de três baldeacoes, chegamos no albergue. Muito interessante as instalacoes, e muitos funcionários simpáticos. Descansamos um pouco, e fomos bater pé pelos arredores, fomos até a plaza mayor, plaza callao e outras ruas ao redor, só pra sentir o gosto. E o frio. Quando chegamos, estava 5 graus... mas depois, logo depois, com o sol e céu azul, o termômetro subiu para 20 graus.
Mesmo assim, comprei no Corte Inglês dois agasalhos corta-ventos/capa de chuva. Comprei ainda dois bastoes de caminhada. Ainda, compramos coisas básicas que nao tinhamos levado por medo de sermos barrados.
Agora vamos dormir, depois de comer alguns croissants... nada ainda de comida espanhola, a comida do aviao nos deixou mal.
Sem fotos por esses primeiros dias de Madrid, pois a bateria da câmera entrou em greve e eu nao tinha adaptador... e também porque nao tem como passar pro computador daqui as fotos. Fica pra daqui a alguns dias.

Saudacoes,
Henrique

Sonntag, 30. März 2008

Mochilas prontas

Dez da noite, mochilas prontas, penso eu. Quase seis quilos na da minha mãe, oito na minha. No Caminho, deverão pesar menos. Como passaremos alguns dias em Madrid, estamos levando algumas peças de roupa a mais. A minha mochila, a preta, parece enorme na foto, mas não está tão grande assim. O incrível é que com todas as minhas roupas dentro, encheu apenas pela metade - não considerando a parte de baixo, que ficou com o saco de dormir e os chinelos.



Agora, resta contar as horas para subir no ônibus que nos leva ao aeroporto.

Saudações a todos que acompanharem o blog.

Ultreya!

T minus 1

Falta agora quase um dia para a viagem. Ontem, obviamente, não consegui fazer o planejado - arrumar pela primeira vez as mochilas -, pois caí no sono logo depois do almoço. À noite saí, voltei tarde, nada de arrumação. Dez e meia agora, e eu enrolando...



E como este diário não é sobre a minha vida e se dormi bem ou não, um pouco do caminho: as conchas acima são de vieira, e símbolo de peregrinação no Caminho, aliás, do próprio. Reza a lenda que um cavaleiro, que acompanhava a barca que trazia o corpo do apóstolo à península ibérica, caiu ao mar e depois seu corpo foi encontrado na costa, coberto por essas conchas (na verdade, não lembro se foi encontrado morto ou vivo). O Caminho é sinalizado, em muitos lugares, com essas conchas, e várias estátuas representando o apóstolo contém o símbolo da vieira. Outro fato conta que os antigos peregrinos usavam a vieira como instrumento para beber água e comer, daí que os peregrinos devem sempre carregar uma.

Freitag, 28. März 2008

Countdown


A contagem regressiva para a viagem já comeßou, a d. Maike está agitada, como sempre, e eu nervoso. Ok, como sempre. Parece que temos tudo. Amanhä, no refúgio de peregrinos da srta. Bettina, no espigäo da Paulista, farei o primeiro checklist, tentarei fazer as malas, só pra ver como fica.

A noite vai ser longa. Quero ainda arrumar meu quarto, já que ninguém, por três meses, vai passar por aqui.

Saudaßoes,
henrique