Sonntag, 22. Juni 2008

16o Dia - Atapuerca - Burgos

Sem nenhuma dúvida, a etapa concorre seriamente em uma das mais difíceis, pelo menos assim o foi para nós.
Em primeiro lugar, muitos falaram que a Serra de Atapuerca era demasiada difícil, mas foi "apenas" mais uma serra; pelo menos era interessante, pois por ali que estavam as covas dos mais antigos ossos humanos já encontrados. Passamos por mais um grupo de ovelhas pastando calmamente e um campo com pedras (abundantes neste trecho) dispostas em forma de redemoinho, o que estimulava os peregrinos mais alegres a caminhar sobre as pedras antes de continuar o a trilha. Vai entender.
No auge da serra, uma bela vista de Burgos, com as agulhas da catedral já à vista. Isso faz pensar que a cidade está logo ali, mais um engano.
Ao fim da serra, deve-se escolher entre dois caminhos para entrar em Burgos, ou através de Villafria ou Castanares. Já nas etapas anteriores os peregrinos comentam muito que a chegada em Burgos é feia pois se caminha pela área urbana, ou seja, estradas e ruas. E o peregrino "tradicional" deve ter ojeriza a asfalto; hoje, depois de tudo, penso que quem tinha esse papo estava na verdade justificando o fato de pegar um ônibus assim que pudesse para "escapar" do asfalto e da caminhada monótona e entre carros e indústrias. E olha que muita gente fazia isso...
Enfim, no final das contas nao fizemos nem uma coisa nem outra. Segui o conselho do meu guia e seguimos em direcao a Castanares. Percorremos um longo e duro trecho ao lado do novo e deserto aeroporto de Burgos, na mais cruel lama que encontramos. Deve ter sido uns 5km pela via que os caminhoes usam para as obras do entorno do aeroporto, até chegar em Castanares. Nesse ponto, o guia aconselha a atravessar a estrada que cruza a cidade e segue até Burgos, abandonando o trecho para os peregrinos que corre paralelo à estrada, e seguir pelo parque ao sul de Burgos, junto ao rio Arlazón. Assim o fizemos, e, no mapa do guia, parece curto. Mas levamos muito tempo até chegar na cidade, apesar de ouvir os sinos da catedral.
Entao, uma vez em frente da catedral, cansadíssimos, com frio e agora debaixo de chuva, procurávamos o albergue. Se o guia acertou no caminho até Burgos - evitamos a área urbana e caminhamos por um belo parque -, errou sobre o albergue, pois falava que havia um novo, ao lado da catedral. Andamos pra lá e pra cá, e nada de albergue. Seguimos para o "antigo", só para descobrir que ficava quase dois quilômetros da catedral, no meio de outro parque. Chegamos lá quebrados - a esta altura eu já estava com tendinite nas duas pernas - um pouco antes das 18hs, o que é perigoso, pois normalmente a essa hora os albergues já estao completos. Mas este era grande - quase 100 camas - e conseguimos camas. Mas é um péssimo albergue, sem água quente, sem cobertor e sem calefacao. E nao nos deixaram ficar mais um dia, mesmo com dores e diversas bolhas. Ficamos mais um dia em Burgos, mas tivemos que achar uma pensao, pois simplesmente nao há mais nenhum albergue - nem considero o albergue do convento, pois só tinha 18 camas, insuficiente para a quantidade de peregrinos que passam por Burgos.
Burgos tem uma catedral incrível, completamente reformada, dois mosteiros interessantes - Cartuja de Miraflores e de las Huelgas - ruínas de um castelo, igrejas e muralhas, e séculos de história e de hospitalidade a peregrinos, mas o fato é que fomos muito mal recebidos na cidade e nao achamos infra-estrutura decente para os peregrinos. Só espero que depois da inauguracao do novo albergue a coisa melhore.


Segue nosso caminho alternativo, evitando a área urbana de Burgos:

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