Estamos a quase um mês caminhando e ainda estou no 13o dia, que vergonha...
Enfim, saímos de Santo Domingo com o intuito de andar 23km até Belorado. Já antes de cruzar o rio Oja (que dá nome à regiao, La Rioja), vimos a chuva no horizonte e colocamos nossas capas de mochila e nossas enormes capas de chuva. Mas chegamos a Grañón secos. Pedimos nossos tradicionais cafe con leche grandes, no bar Cuatro Cantoñes, ouvindo música espanhola nos anos 60. Até aí tudo bem. A saída de Grañón era uma descida, em direçao a mais um campo de trigo. Já de cara, um vento bem forte, de gelar osso. Seguimos. O vento vinha de todo o lado, e minha capa parecia uma bandeira ao vento. Aliás, me sentia o próprio Batman (a capa é azul escura) no topo de um prédio. E segue caminho, e segue vento. Subida, e chegamos na fronteira entre La Rioja e Castilla y León. Um enorme monolito de informaçoes balançava, e a esta altura, nao conseguia fica parado, pois o vento empurrava, e nem o cajado ajudava. Já xingava o vento. Pra que... Lá de cima, avistávamos Redecilla del Camino, primeiro pueblo de Castilla. E na descida, pingos de chuva. A capa de chuva já estava rasgando, tamanha a ventania. E nao ia adiantar se chovesse. E choveu. Assim que chegamos no pueblo, caiu um toró, mas entramos a tempo na Oficina de Turismo. Conversamos com a moça, comprei mais um cajado pra mim, comemos um pouco, e assim como começou, acabou rapidamente a chuva. Chuva de primavera. Ensaiamos continuar, afinal brilhava o sol, mas de novo, tome chuva. Esperamos. Sol. Chuva. Sol, chuva. parecia brincadeira. Nao, continuemos. Só 2 km pro próximo pueblo. Saímos, no sol, apressadamente, e chegamos em Castidelgado já na chuva. Ficamos num estábulo com um casal de franceses e duas alemas, com quem encontaríamos sempre. 5 minutos, e dá-lhe sol. Saímos, e nem 5 minutos chuva. Decidimos ir adiante, já estávamos molhados mesmo, e até Viloria era mais 2km. E eu que xinguei o vento. Até Viloria, era pelo acostamento de uma estrada local. E no meio do caminho, nao bastasse vento de empurrar, chuva na cara, começa granizo. E desta vez, nao passou rápido, nos acompanhou até Viloria.
Sabíamos que tinha um refúgio lá, organizado por um brasileiro e sua mulher italiana. Tinha que mandar lembranças pra eles mesmo. Mas estava fechado. Achamos uma garagem, pra descansar e esperar as 14h, talvez abrisse, pensamos. E nada. Chegam as alemas, ensopadas. Eu, nervoso. Tenho a idéia de ligar pro número que em no guia. Nada, número inexistente. Tento no outro. Nada, ninguém atende. E dá-lhe chuva. Um pouco de discussao, e eu continuava ligando, até que Orietta atendeu. Estava no banho, e abriu a porta. Acácio, o brasileiro, foi pro Brasil no dia anterior. Mas pudemos ficar lá, e assim foi o melhor. O refúgio é lindo, Orietta um amor - nos acolheu muito bem em meio à reforma da casa. Ainda conhecemos o único cavaleiro do Caminho, Jacier, basco. Contou-nos diversos causos do caminho durante o jantar, conversamos bastante com Orietta e dormimos bem. De manha, ainda conhecemos o cavalo do basco, e vimos ele partir pelo Caminho, até nao mais ver. E acompanhamos seus passos gravados no barro até León.
Enfim, passamos por um aperto danado, mas o resto do dia compensou. Assim é o Caminho. Quando você menos espera e mais precisa, algo de bom acontece.
Abraços.
Samstag, 3. Mai 2008
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